FRAGMENTOS – APENAS FRAGMENTOS
“A vida é bela. Que as gerações futuras a limpem de todo o
mal.”
(Leon
Trotsky)
Quando morremos, somos apenas a memória do que deixamos nos
outros.
Um menino é sempre um menino. E pode ser mais que um menino:
além do sonho, além da vida.
Não somos e nunca seremos donos do nosso porvir.
Somos donos de nossas vidas?
(Eu sei: nesta mera prosa poética, queria meditar sobre a
desertificação da fé.)
“me enterrem com os trotskistas
na cova comum dos idealistas onde jazem aqueles que o poder não corrompeu.”
(...)
(Paulo Leminski, “para a liberdade e luta”, in “polonaises”*
*Preservados os diminutivos utilizados pelo autor.)
E queria falar por todos os ancestrais, por todos os que não
estão mais aqui, por aqueles tantos que andam calados nesta aridez pós-utópica.
Sonho muito?
EU SOU OS QUE FORAM.
(Dizia um poeta e dramaturgo, encarcerado por 11 anos pela
ditadura uruguaia.)
As citações são muitas? Eu sei.
“O homem é aquilo que ele próprio fez” (André Malraux).
São tempos multifacetados, acelerados, descartáveis – com
mais escritores que leitores?
As maquininhas eletrônicas continuam seduzindo.
(Tenho a tentação de dizer: e poucas vezes, os homens
estiveram tão ilhados.)
O mar, um pássaro cantante e, quem sabe, Deus – queria
celebrar.
(Serão apenas mais palavras, entre tantas (?!).
E sempre valerá tentar ir além.
E é preciso acreditar:
A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não irá Protegê-lo.
(Que o tom retórico seja perdoado.)
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