Dizei-me em tempo o que é o tempo, Senhor.
Antes de cruzar a ponte, Ensinai-me:
Linha reta de eterna agonia?
Bússola na encruzilhada?
Sim, o sorriso de uma menina nascida na luz de agosto,
e de um menino junto à flor de maio.
E o vento?
O espaço?
O mar?
Meus mortos não me respondem, Senhor.
Tempo: não o retenho –
areia da praia que escapa das mãos.
Lapso no cosmos,
cometa errante,
eu sei, Senhor, assim sou:
pretérito menino contemplando a gaivota,
sentado num trapiche.
- Emanuel Medeiros Vieira
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