e a tua imensa sombra mal abriga
o falso berço, redes de intrigas
em tua trama seca e eriçada
Nenhuma flor em ti quer ser braçada,
tornaste dos canoros, inimiga,
e as sementes negam-te a barriga
pois tua cepa é de praga tomada
Tu, de raiz às folhas és o inverno
Inútil, imponente e glacial
Mas sobrevives... do próprio inferno
E a solidez? Tão sobrenatural...
Nua de brisas ou de um colo terno
Resta sozinha, Árvore do Mal!
- Cris Dakinis
Um soneto seco, árido, corrosivo nos versos.
ResponderExcluirParabéns!
Jorge
realmente seus quartetos e tercetos fazem deste poema um poetar árido... porém não erosivo.
ResponderExcluirparabéns.
Igor dos Santos
Obrigada, Jorge e Igor pela leitura e pelos comentários. Grande abraço e muita paz! :)
ResponderExcluirpuxa.. concordo com os rapazes aí de cima.... rsss
ResponderExcluirmarcia
Obrigada pelo comentário, Márcia!
ResponderExcluirA intenção era mesmo a de denunciar secura e corrosão.
Fico muito satisfeita e grata pela leitura,
Grande abraço e tudo de bom,
Cris :)
Nenhuma flor em ti quer ser abraçada,
ResponderExcluirgostei muito deste verso .. e o poema também é muito bom...
MURILO DANTAS
Muito obrigada, Murilo Dantas.
ResponderExcluirDevo admitir minha surpresa e satisfaçao em ver este soneto apreciado. Quem leu meus sonetos anteriores sabe que normalmente eles seguem uma melodia e temática amena e doce.
Este soneto, contudo, foi escrito em meados de agosto do ano passado, quando o noticiário reprisava inúmeras maldades humanas praticadas dentro do lar, de pais com filhos e vice-versa. O soneto brotou-me da revolta e do choque que seres humanos despertam, recebem, denunciam. A maldade da realidade, por vezes, ultrapassa a ficção em muito!
Guardei o soneto inédito para um concurso de sonetos deste ano, e como encerrou o prazo de envio, pude deixá-lo on-line. Então, mesmo sentimentos tristes, revoltosos ou atrozes podem despertar curiosidade e motivar um poema...!
Por isso, mais uma vez minha gratidão pela leitura atenta de cada leitor do Desfile Poético.
Muita paz!
Cris :)
Ops! Cláudia, deixa eu te pedir um favor. Em meu soneto original, a última palavra do segundo quareto é "braçada", não é "abraçada". Eu estranhei isso... Não sei se o editor de texto do.blog corrigiu..., mas o certo é "braçada" de flores, a fim de manter as sílabas tônicas do soneto em decassílabo...O meu original é com "braçada"
ResponderExcluirolá Dakinis, acabei de fazer a correção, peço desculpas por esta falha ortográfica e ainda bem que vc observou.
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