CinePoesia
da literatura para o cinema e de volta às letras em formato de poesia
O senso comum
Ao término da exibição
os assistentes abatidos e chorosos
olhavam-se incrédulos.
Toda a película exibiu horrores
e a crueldade desfilou incólume
ante o domínio do senso comum.
O martírio de milhares de segregados
mostrou-se apenas pano de fundo
indiferente, imutável e descolorido.
O crematório regurgitava
toneladas de cinzas humanas
dissecando a bestialidade
diante da apatia dos espectadores
envoltos em um cômodo déjà-vu.
Porém, quando um pequenino ariano,
por ingenuidade, teve seu ínfimo destino
aprisionado à colossal tragédia semita,
aí, sim, as lágrimas dos presentes
alagaram as retinas
romperam as comportas
e inundaram o recinto.
poema de Vieira Vivo
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